sábado, 22 de março de 2014

As coisas boas no meio das coisas ruins

Pois é! Agora que sei que vou ser mãe de um menino, resolvi anunciá-lo ao mundo!

A família mais próxima já sabia da minha gravidez desde dezembro, mas só agora que sei o sexo do bebé resolvi partilhar com amigos no facebook e blogosfera.
Nos primeiros meses há sempre aquele bichinho que nos diz para não falar sobre o assunto com muita gente, para não contar a novidade a torto e a direito... Bem, provavelmente não haveria mal nenhum em contar logo, mas nunca fiando...

Vivo um sonho desde que senti que estava grávida.
Quando tive a certeza a felicidade misturou-se com o medo, o medo de que algo corra mal, ou de que eu faça algo errado... Mas, claro, a felicidade tem se sobreposto imensamente a esses sentimentos de medo!
Tem sido uma descoberta diária verificar as mudanças no meu corpo, as minhas próprias mudanças de humor (sim, choro por tudo e por nada...), tenho lido imenso sobre gravidez e bebés e tenho pensado em coisas que nunca me passou pela cabeça que algum dia ia pensar!!
Na primeira ecografia quase chorei de felicidade ao ver o meu bebé pela primeira vez e logo a mexer-se tanto!! Parecia estar a comemorar connosco o nosso primeiro encontro!!
Nessa altura, soube que tinha a placenta baixa e fui aconselhada a não pegar em pesos e a não fazer esforços... 
Apanhei logo aí um susto e aí tive a certeza de que a minha vida nunca mais seria igual, de que agora não era só eu, de que tinha um ser pequenino e especial que dependia de mim para tudo e que as minhas acções o afectariam directamente para o bem e para o mal...

De maneira que, a partir daí, tornei-me uma espécie de princesinha na minha casa, fazendo apenas o essencial das tarefas domésticas, sem pressas, sem pegar em nada pesado e com muito descanso à mistura...

Mas esta benesse de grávida durou pouco tempo... Quando meu pai foi hospitalizado em risco de vida e eu o acompanhei, fiquei exposta a tudo o que pretendia evitar. Todos os dias em ambiente hospitalar, a correr de um lado para o outro, em stress e constante sobressalto... O pior momento foi quando recebi uma chamada do hospital a dizer que meu pai tinha entrado em coma e que não havia grandes esperanças de ele acordar e se acordasse teria graves sequelas, e inclusivamente ficar num estado vegetativo...

Felizmente, tal previsão não se cumpriu... O meu pai já não é o mesmo, mas no essencial vive com qualidade de vida! Recupera aos poucos, um dia melhor, outros pior, mas está entre nós com quase todas as suas faculdades!

E felizmente também, os meus receios para a minha gravidez por ter estado sob tanto stress e ter andado tanto tempo no hospital não se cumpriram! Na segunda ecografia vi que tenho dentro de mim um rapagão, continuou a mexer-se imenso, mostrando-se feliz por o estarmos a ver e parece estar tudo bem!! A minha placenta subiu um pouco e pode ser que até ao fim da gravidez esteja no sítio certo!! Além disso, já o sinto mexer dentro de mim e é uma sensação intensa!!

Ainda acompanho o meu pai às consultas no hospital, ele ainda inspira cuidados e às vezes dá-nos alguns sustos e sinto que por vezes abuso um pouco, mas é impossível ser uma grávida princesinha como antes destes acontecimentos e só rezo que os meus receios não se cumpram e continue a correr tudo bem!

Faltam 4 meses e só vejo a hora de o ter nos braços!!!

Imagem retirada de https://www.facebook.com/gravidas

quinta-feira, 6 de março de 2014

O Outono da vida

Lembro-te como uma fortaleza, um enorme castelo de um imensurável reino, invencível e intemporal.
Lembro-te como o Sábio, o que nunca se enganava, o que nunca errava, o que dizia as melhores palavras no momento certo, o que tinha as melhores ações para cada situação.
Lembro-te como aquele que todos queriam alcançar, como aquele com quem todos queriam falar, como aquele com quem todos queriam estar, como aquele que todos queriam imitar.
Lembro-te como o Saudável, o Jovem, o Justo, o Incansável, o Determinado, o Leal...

Agora, vejo a fortaleza desguarnecida, o seu poderio ruiu, o seu reino dividiu-se e dispersou-se. Já não é invencível, suas forças quase o abandonaram, já não é intemporal, a morte esteve demasiado presente...
Agora, o Sábio esqueceu as coisas mais simples da vida e da sua natureza, perdido no tempo e no espaço, não distingue os dias das noites, a sala do quarto... As palavras já não saem com a mesma fluidez nem com a mesma lucidez, as ações tornam-se difíceis e desajeitadas, quando já o simples andar é custoso e impossível sem ajuda...
Agora, já ninguém te quer alcançar, já ninguém te quer falar, estar contigo ou imitar-te... No Outono da vida todos se afastam, ficam apenas aqueles que têm por ti verdadeiro amor.
Agora, Pai, já não és o saudável, o jovem, o justo, que todos invejavam e idolatravam, mas para mim continuas a ser um Vencedor na vida, o Vencedor da morte, Incansável, Determinado, Leal...

terça-feira, 4 de março de 2014

Obrigada!

Muito obrigada a todos os que manifestaram desejos de melhoras para o meu pai e me encorajaram a continuar a ter força para continuar e enfrentar estes momentos tão difíceis!

O meu pai já está em casa, está muito melhor, mas ainda dependente para quase tudo e com muito pouco apetite. Além disso, tem ido a consultas de controlo de sangue uma vez por semana, a um hospital um pouco longe de casa, o que o tem deixado mais cansado nesses dias.

Mas, acredito que, com o tempo, vai melhorar cada vez mais, ficar mais forte e com mais saúde, e agradeço todos os dias por ainda estar presente entre nós!

Mais uma vez, agradeço as palavras de conforto e encorajamento! 
Muito obrigada!
Continuarei a voltar sempre que possível!