sábado, 12 de setembro de 2015

O que tenho estado a pensar...

Tenho andado ausente dos blogues e das redes sociais. Confesso que me sinto desanimada com algumas ideias e atitudes que vejo à minha volta, tanto no mundo virtual como no real. Algumas pessoas ou têm memória curta ou são hipócritas, ou têm realmente muito medo ou uma pedra no lugar do coração...
Estou a falar do drama dos refugiados na Europa. Sim, eu sei, toda a gente fala nisso. Eu também já falei na minha página de facebook, aqui, pois acho que este tipo de coisas deve ser falado e não devemos fingir que nada se passa. Mas depois vi o que algumas pessoas são capazes de pensar e falar e decidi afastar-me.
Actualmente, prevê-se que Portugal acolha 3074 refugiados. Multiplicam-se as palavras de boas-vindas, mas também as palavras de ódio, medo, etc.
Decidi partilhar hoje este texto que vi no blogue Cocó na Fralda, uma vez que traduz exactamente o que eu penso acerca desta questão.
Espero melhores dias e melhor disposição para me dedicar mais à blogosfera...

"Um Homem é um Homem. Um Homem a morrer afogado é um Homem. Mesmo que não seja refugiado a sério, mesmo que até tenha acabado de matar outro Homem. Um Homem a morrer afogado é um Homem, e primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto.
Há oportunistas, haverá potenciais terroristas, há fanáticos religiosos. Haverá. Mas primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto. Quando um Homem está a morrer afogado não há tempo para lhe perguntar se aceita a nossa liberdade religiosa, a nossa igualdade, a nossa Democracia.
A nossa religião, para os que a temos, ensina isso, mesmo a quem não comunga. A nossa Democracia, que é mais do que votar, depende isso.
Primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto.
E o resto não é pouco. Claro que não podem todos ficar. Claro que ter missões de salvamento junto à costa é promover maiores fluxos. Claro que por cada asilo concedido se promove maior tráfico de Homens. Mas agora há Homens a morrer. Primeiro salvam-se vidas, depois trata-se do resto.
Não, não há lugar para todos. Não, não é possível abrir as portas e deixar entrar e ficar quem quiser. A emigração tem de ser controlada. Claro que tem. Mas um Homem a morrer afogado é um Homem.
Claro que há mais sofrimento no Mundo. Provavelmente gente mais justa, gente melhor, gente mais pobre e miserável. Pois há. E não os vamos salvar todos. Pois não. Nem quero. Ou melhor, sei que não é por querer que se resolve, nem é por se querer que é possível. E desejar o impossível pode ficar bem, nas não serve para quase nada.
Mas um Homem a morrer afogado é um Homem.
E, se um dia, uma destas vidas salvas se explodir no meio de nós, se um deles se radicalizar e matar outros Homens, ainda assim teremos feito o correcto, o que é justo.
Eu prefiro morrer um dia num metro em Londres, morto por uma bomba, a deixar morrer um Homem porque tenho medo de um dia ter medo dele.
E, sim, pago a minha quota-parte extra. Digam-me onde a entrego."
Henrique Burnay
Daqui

5 comentários:

  1. Infelizmente é uma situação que está a gerar muita polémica, as pessoas são cada vez mais egoístas, apenas pensam em si e nos seus problemas, esquecendo-se que lá fora há um mundo com problemas ainda maiores...

    http://ummarderecordacoes.blogs.sapo.pt/

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  2. É um tema que dá pano para mangas

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  3. Olá, Cristina!

    Já tinha saudades tuas! O teu marido e o teu filhote estão bem?

    Aqui, tudo razoável, graças a Deus.

    Li, com mta atenção o texto escrito por uma pessoa que já trabalhou no Parlamento Europeu, numa empresa, e que mora em Cascais, segundo li.

    Tenho formação superior e pós graduação em Português e em História, e portanto, tenho obrigação de ter uma visão, tanto qto possível razoável e idos facto e isenta, mas com coração, dos acontecimentos k vão tendo lugar, por esse mundo fora.
    Conheço satisfatoriamente o caráter do povo árabe, do norte de África, especialmente, que têm uma cultura e umas atitudes mto próprias. Os Árabes são todos "iguais" em temperamento, ação e movimentação. A morte para eles, e se sobretudo for em nome de Alá, não é vista como nós a vemos. É uma glória morrer e matar por religião, como sabes.

    É TUDO UMA QUESTÃO CULTURAL, ACREDITA!

    Penso que as coisas vão ter uma resolução, mais ou menos satisfatória, pke a Europa é o velho continente, e como velho k é, sabe, sempre soube dar conselhos, receber e aconchegar.

    O nosso país já se disponibilizou para aceitar mais refugiados, hoje mesmo, e toda a Europa vai abrir portas. Evidente k enqto abrem e não abrem, vai morrer mais gente, mas eles preferem morrer no mar a voltarem para os países de origem.

    Uma solução seria, p exemplo: se todas as pessoas adultas, europeias ou até de outros continentes, com emprego e com casa, pudessem e quisessem receber um/a refugiado/a em suas casas, dando-lhes teto e alimentação, temporariamente, até k eles se integrassem minimamente no país k os acolheu. Achas k há mta gente disposta a isso?

    Quem mais fala sobre o assunto, é quem menos age e brincar à caridadezinha, a mim, não me agrada mesmo nada.

    Li o texto no blogue "Cocó na Fralda" e a Mafalda, k conheço, é uma heroína. Tenho ouvido entrevistas com ela, onde demonstra a sua força e inteligência.

    Beijinhos para ti e para o teu menino, e não deixando de te preocupar com o assunto, pensa k Deus tem sempre uma solução para todos os casos.

    Tenho um T4, só cá vivem duas pessoas, e portanto tenho disponibilidade, sobretudo interior, para receber e ajudar alguém. Se todos dermos um "grãozinho", faremos uma Amazónia de amor e esperança.

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  4. :( não lhes podemos fechar as portas, e se fosses nós no lugar deles? Tens razão!

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  5. Concordo inteiramente! Também acho que as pessoas têm vindo a perder humanidade. :(

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