domingo, 8 de novembro de 2015

O tempo

O tempo assume um desenrolar para mim desconhecido.
Sinto passar o tempo e não o reconheço, não me reconheço.
Parece que escorre pelas minhas mãos fechadas bem forte numa tentativa de não o deixar escapar, mas de nada adianta apertar o tempo contra mim, ele foge-me pelos dedos como água.

Já nem sei quem sou, o que faço, onde estou, com que propósito...

Volto a sentir desejos antigos de desaparecer para sempre...

Há dias assim, por vezes semanas, meses, anos.
Para mim são dias, mas mesmo assim já me parecem demais.

Queria ter um lugar, alguém, algum propósito, algo que me prenda e segure bem forte...

São esperanças, ainda continuo a tê-las.

Talvez um dia chegue esse tempo...



Autora: Cristina Maria Maias Oliveira
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3 comentários:

  1. Lindo texto, há momentos em que todos nós nos sentimos assim.

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  2. Não tentes entender o tempo, nem o tentes prender.
    Já não estás da idade dos "porquês", nem dos armários, mas há pessoas que procuram incessantemente um espaço e um tempo. Umas encontram, outros, não. Vamos pensar, ter a certeza, melhor dizendo de k vais chegar a esse tão almejado lugar.

    Beijinhos e vai aparecendo! Encontrei, agora, dois comentários teus no meu post. Deve fazer o teu género!

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  3. É impossível não adorar os teus textos, são sempre ricos e cheios de qualidade. Parabéns pelo trabalho fantástico :)

    http://ummarderecordacoes.blogs.sapo.pt/

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